sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dica de Filmes: "Roma: Construindo um Império"

Documentário do History Channel que trata questões centrais de como Roma tornou-se um vasto e poderoso império. Também são trabalhados no filme animações das construções romanas, vida e morte dos principais imperadores, descobertas contemporâneas sobre o império romano e feitos importantes dessa civilização que deixou um legado importante para a humanidade.

Segue o documentário em questão no link abaixo.


Fonte:

YouTube

Por: Lúcio Nunes


A Vida Cotidiana em Roma


 Os romanos costumavam; acordar com o raiar do dia. As lojas em Roma abriam cedo e as crianças costumavam comprar pães ou bolinhos na ida para a escola. Às oito horas, abriam-se os bancos e as repartições públicas. Na praça central, ou fórum, localizavam-se as lojas, repartições e outros negócios, o que dava um aspecto movimentado e barulhento ao lugar. O trabalho ia até o meio-dia, quando tudo fechava para o almoço e, no verão, dormia-se um pouco, fazendo-se uma sesta. O almoço era uma refeição leve: pão, azeitonas, queijo, nozes, figos secos e algo para beber. Havia quem levasse uma marmita e comesse seu almoço na rua, ou assistindo a uma luta de gladiadores no anfiteatro.
Tudo reabria depois do almoço e à tarde, ia-se tomar banho nas termas públicas, edifícios elaborados onde se podia banhar de graça em banheiras de água fria e quente. Em muitas termas havia salas de ginástica , passeios a sombra de árvores, salões, que podiam ser usados mediante pagamento. Em geral, primeiro banhavam-se as pessoas de posses, entre as duas e as quatro da tarde. Após o expediente, vinham banhar-se os mais humildes. Esses banhos, não esqueça, não eram como as nossas duchas, eram banhos em água fria e quente, em banheiras coletivas. À noite, havia a principal refeição do dia, a ceia. Os pobres contentavam-se com pão, vegetais e vinho de segunda. Os que podiam tinham longas ceias, que duravam várias horas e que tinham três pratos: uma entrada, o prato principal, com algum tipo de carne, e a sobremesa, frutas frescas ou doces.
A vida na cidade era movimentada, o burburinho das ruas era sentido por todos. Os romanos adotaram o sistema de cidades planejadas em tabuleiro tanto por influência grega como, principalmente, por direta transposição dos esquemas dos acampamentos militares. Diversas cidades conservam até hoje o traçado das ruas estabelecido pelos romanos, ao menos em sua área central).


A cidade planejada contava com duas avenidas principais, que se cruzavam de norte a sul (cardo) e de leste a oeste (decumanus). A partir delas, seguiam-se ruas paralelas. Havia os principais edifícios públicos, que organizavam o espaço urbano: fórum (mercado), basílica (edifício administrativo), um ou mais templos, termas (banhos públicos), latrinas, teatros. As aulas eram, muitas vezes, dadas aos alunos em um dos cômodos do fórum. Por toda a cidade, espalhavam-se lojas, como padarias e bares. Na periferia, localizavam-se o anfiteatro, para as diversões, locais de treinamento físico, hortas e, às vezes, depósitos de lixo. A cidade era cercada por uma muralha e a entrada restringia-se a grandes portas. As paredes das cidades estavam sempre cobertas com cartazes eleitorais, pedindo  voto para os candidatos aos diversos cargos municipais.
A cidade era dos vivos e, por isso, os mortos eram enterrados, ou suas cinzas depositadas, em monumentos funerários além-muros.
As cidades estavam ligadas entre si por uma rede de estradas enorme. As estradas eram utilizadas principalmente para a movimentação de tropas militares e do correio.


A música no cotidiano romano

Os romanos apropriaram-se da música grega, especialmente após conquistar a região da Magna Grécia e esta se tornarem uma província romana.
Provavelmente, a cultura grega substituiu (ou misturou-se) a cultura dos etruscos (tribo que habitava a península itálica antes da formação cidade de Roma).
Entre os instrumentos da cultura romana destacam-se: a fístula (uma espécie de flauta), a tuba (trombeta), a cítara, a buzina (trombeta circular em forma de “G”), entre outros instrumentos de sopro e percussão (como o tambor).
Esses instrumentos eram utilizados para cerimônias religiosas, estatais e militares. Sabendo disso, podemos perceber que, a música fazia parte da vida e das manifestações públicas em Roma.

A música entre os imperadores

Nero tocando sua lira durante o famoso incêndio em Roma.

Nero foi o primeiro imperador a se interessar pela música. Estudou com um dos melhores músicos da época (Terpo) e venceu diversos concursos (competindo inclusive com diversos reis). Depois de Nero, todos os imperadores romanos foram músicos, cantores ou dançarinos. 
Os romanos inventaram apenas um instrumento musical: a cornamusa (uma gaita rústica).

Fontes:

http://4.bp.blogspot.com/mqQBwKPMXIY/UClL8GHIW8I/AAAAAAAAOSU/XB4-vN74_3s/s1600/1_pompeia_cotidiano.jpg

http://2.bp.blogspot.com/-1pD28eCCf8I/Ux8DzfIhaI/AAAAAAAAncw/lyfsVrNfB2M/s1600/nero.jpg

FUNARI. Pedro Paulo. Grécia e Roma: A vida Cotidiana. São Paulo: contexto. 2002, p. 108 – 111.


LOBO. Luiz. A música em Roma – www.wooz.org.br/musicamerom.htm

Por: Lúcio Nunes

A Sociedade em Roma

A sociedade romana possuía duas grandes divisões visíveis ao longo de toda a sua História: a primeira seria entre “cidadãos” e “não-cidadãos”. Já a segunda, é classificada entre os “livres” (de nascimento ou ex-escravos) e “não-livres” (escravos).
Apesar dessa “grande divisão”, a sociedade romana permitia certa mobilidade (ascensão social), onde, por exemplo, um escravo poderia deixar essa situação e possuir posses e até mesmo se tornar um dono de escravo.
Os cidadãos (como veremos adiante) poderiam desempenhar funções militares, públicas, e religiosas. Os não-cidadãos, não tinham essas possibilidades.
As mulheres não eram consideradas cidadãs, porém, eram ativas na vida pública (escreviam poemas, participavam na campanha a cargos públicos) e na vida doméstica (o cotidiano do lar).
Dentro das divisões citadas no início do texto, existiam agrupamentos, ordens ou os chamados grupos sociais. Os principais grupos em Roma eram: os Patrícios, os Clientes, os Plebeus e os Escravos.
Os Patrícios (ou nobres) eram os cidadãos romanos de fato, pois, julgavam-se serem descendentes diretos dos criadores de Roma. Tinham direito de vida e morte sobre os membros de sua gens (família), eram grandes proprietários de terras (mas não praticavam o comércio como os Clientes), exerciam os mais altos cargos no exército, na política, na religião e na legislação de Roma. Detinham muita riqueza e um grande número de escravos. Os Patrícios figuravam o topo da pirâmide social de Roma.

Pirâmide social romana.

Os Plebeus eram homens livres. Poderiam ter propriedades, pagavam tributos (altos impostos que deixavam os plebeus ameaçados pela escravidão), eram recrutados para o exército romano, inicialmente não poderiam desempenhar funções públicas e não eram considerados cidadãos, mas, súditos de Roma (isso ocorreu no período monárquico, posteriormente, após séculos de protestos, conseguiram aumentar seus direitos, tornando-se cidadãos). Dedicavam-se ao artesanato, comércio, trabalhos agrícolas. Apesar da conotação de pobreza, existiam plebeus com certa riqueza.
Os Clientes também eram homens livres. Diferentemente dos Plebeus, os Clientes mantinham relações diretas com os Patrícios: apoiavam os Patrícios enquanto classe dominante. Serviam o exército no lugar dos Patrícios e também prestavam serviços pessoais. Geralmente, essa atitude dos Clientes era apoiada por interesses próprios ou por possíveis favorecimentos (materiais, econômicos, judiciais, políticos, entre outros) que recebiam de seus padrinhos (os Patrícios).
Os Escravos eram tratados como propriedades. O número de escravos no período monárquico era baixo, contudo, com a expansão territorial de Roma, houve um aumento considerável (prisioneiros de guerra). Além disso, como já citado, Plebeus acabavam por serem escravos quando não conseguiam saldar as dívidas (de impostos) com o estado romano ou com algum indivíduo abastado. Trabalhavam em serviços domésticos, artesãos, secretários, professores, músicos, entre outras funções.

Fontes:

FUNARI. Pedro Paulo. Grécia e Roma: A sociedade romana. São Paulo: contexto. 2002, p. 93 – 97.

http://historiandonanet07.files.wordpress.com/2011/04/roma03.jpg

Por: Lúcio Nunes

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Os Períodos da História de Roma: Monarquia, República e Império.

O que é Monarquia?


Forma de governo em que o rei (imperador, sultão) é o chefe de estado. O rei assume o trono pela sucessão hereditária e o seu caráter é vitalício, com exceção nas monarquias eletivas.

A coroa real é um dos principais símbolos da Monarquia.

Monarquia Romana (753 a.C – 509 a.C)

Funções do Rei: Executiva, judicial e religiosa e legislativa (seu poder era limitado, já que, o senado poderia intervir nas leis formuladas pelo rei).
Funções do Senado (homens de origem nobre e patrícios): Eleição de um novo rei (em caso de morte do rei, o povo elegia um rei e o senado o validava), Conselheiro do rei (mas, não limitativo, o rei era livre para não aceitar os conselhos do senado).

Cúria: Formada pela gens (família ligada a uma autoridade política). Validavam as leis promulgadas pelo rei ou senado.

Monarquias nos dias atuais

Monarquia Eletiva: Elege o rei através de um parlamento ou conselho. Nos dias atuais temos como exemplo: Vaticano e Emirados Árabes.

Monarquia Absoluta: Todo poder se concentra nas mãos do rei. Exemplo nos dias atuais: Arábia Saudita.

Monarquia Parlamentar: O rei é chefe de estado, contudo, não governa, não executa leis, e nem as cria. É rei da nação e não do governo. Exemplo: Inglaterra.

O que é República?

Forma de governo em que o chefe de estado está sob a figura do presidente ou primeiro-ministro. Este chefe é eleito pelo povo (eleições diretas) ou por um parlamento (eleições indiretas) e desempenhará suas funções (executivas) por um tempo determinado.


Na constituição, consta os direitos, deveres e procedimentos que os cidadãos e o  governo deverão seguir.

República Romana (509 a.C – 27 a.C)

Funções do Senado (Cerca de 300 patrícios): Era a força central do governo de Roma. Além de criar leis, fiscalizava o poder executivo (exercido pelos cônsules) através de procuradores (ou Questores, primeiro cargo político na república romana). O cargo era vitalício e geralmente formado por ex-questores. Fiscalizavam finanças e visavam garantir a tradição religiosa em Roma.

Consulado: Os cônsules (eram geralmente dois) detinham um poder semelhante ao antigo rei (mas eram limitados pelo Senado). Presidiam o cargo por um ano.

Ditador: Eleito pelo cônsul em épocas de crise. Possuía poder absoluto (sem limitações). Ficavam no cargo por seis meses.

Pretores: Comandavam o poder judiciário. Até 337 a.C o cargo era destinado a famílias patrícias, posteriormente a essa data, também destinado aos plebeus (cidadãos romanos).

República nos dias atuais

República presidencialista: O presidente é o chefe do estado e possui considerável autonomia. A população (conforme a lei) escolhe esse representante. Exemplo: Brasil, Estados Unidos.

República parlamentarista: O chefe do governo é o primeiro-ministro. O presidente é um cargo cerimonial. A eleição pode ser indireta (por um colegiado ou parlamento). Exemplo: Itália e Alemanha.

O que é império?


É um estado vasto que é composto por diversos povos onde um deles exerce a função de “Povo Principal”. Com a sua expansão de territórios, adquire diversas identidades culturais e o seu poder é centralizado na figura do imperador.

Nero: Um famoso imperador de Roma.

Império Romano (27 a.C – 476 d.C)

É atribuído o termo “Império” a reorganização política que Roma sofreu no período que sucedeu a república (apesar de na época da república já existir uma expansão territorial de Roma).

Imperador: O primeiro imperador de Roma foi Otavio. Este recebeu do Senado a cognome Augustus para designar as várias concentrações de poder (líder do senado, máximo sacerdote, general de tropas).

Funções do Senado: O senado foi reduzido para sessenta membros e apesar de continuarem aparentemente atuante suas ações eram comandadas pelo imperador. Os eleitos para o senado eram os homens de confiança do imperador, mesmo assim, o senado começou a perder a força política que possuía antes dessa organização de governo.

Império nos dias atuais

O chefe de estado japonês (Akihito) é o único designado por imperador nos dias atuais. O Japão é governado por uma monarquia constitucional que é liderada por um primeiro-ministro.

Fontes:

MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo Saraiva, 1993, p. 183 – 192.

Roma: da Monarquia à República – www.casadehistoria.com.br




Por: Lúcio Nunes

domingo, 5 de outubro de 2014

As Possíveis Origens de Roma

Raízes Históricas

De acordo com historiadores e arqueólogos, a península itálica era habitada por italiotas que estavam divididos em algumas tribos. Entre as principais tribos estão: os oscos, os latinos (que habitavam a região do Lácio) e os samnitas. Além desse povo citado, os gregos (que habitavam a Magna Grécia) também ocuparam territórios na península. Outro povo pode ser citado como importante para a fundação de Roma: Os etruscos (possuíam terras ao norte e algumas aldeias na região central da península).
Temendo uma possível expansão dos etruscos, os italiotas uniram as tribos e construíram uma fortaleza próxima as margens do rio Tibre, no monte Palatino. Assim, ocorreu a fundação da aldeia Palatina em 753 a. C.
Pouco adiantou a união das tribos, pois os etruscos invadiram as fortalezas e unificaram todas as aldeias, assim, deu-se o início a cidade-estado que viria a ser chamar Roma.

Raízes Mitológicas

A versão mitológica tem a sua origem grega e sua complementação é romana. O início da lenda diz que, Eneias (herói troiano) após a destruição de Tróia conseguiu fugir, partindo mundo a fora, abandonando suas riquezas. Mas, ficou encarregado de levar as estátuas de deuses familiares e deuses protetores da cidade destruída.
Em busca de um novo local para fundar um novo reino, carregou seu pai nos ombros e junto com seus companheiros foi protegido pelos deuses que lhes guardavam um futuro grandioso. Após longa viagem, chegam à península itálica.
Eneias desposa a filha do rei latino e funda uma cidade: Lavínio. Anos mais tarde, seu filho, Ascânio, funda o reino de Alba Longa.
A segunda parte da lenda (que é a mais difundida na história provém dos próprios romanos. Essa parte da lenda fala sobre os gêmeos Rômulo e Remo.
Segundo a lenda Alba Longa era governada pelo rei Númitor. O rei tinha um irmão que o invejava, seu nome era Amúlio. Certo dia, Amúlio toma o poder do rei Númitor e torna-se o soberano de Alba Longa. Sendo assim, não queria ver o seu poder ameaçado e ordenou que sua sobrinha Réia Silvia (filha de Númitor) fosse à sacerdotisa e guardiã do fogo sagrado de Alba Longa, pois assim, não poderia casar e não poderia gerar descendentes diretos para ocupar o trono.
Mesmo assim, Réia acaba engravidando do deus Marte. A jovem dá a luz a os gêmeos, Rômulo e Remo.
Amúlio descobre a existência dos sobrinhos de Númitor e os joga dentro de um cesto no rio Tibre. A correnteza rejeita o assassinato dos gêmeos e o cesto flutua contra ela até as margens do rio. Lá, Rômulo e Remo são encontrados por um pastor que os vê sendo alimentado por uma loba (esse animal teria sido enviado pelo deus Marte). O pastor os recolhe e os cria como se fossem seus próprios filhos.

Escultura de bronze representando a loba alimentando os gêmeos.
Anos mais tarde, os gêmeos descobrem sua verdadeira origem, voltam ao reino de Alba Longa e tiram Amúlio do poder, devolvendo o trono para o seu avô, Numitor.

Depois disso, os gêmeos partem e fundam um novo reino no local onde foram recolhidos pelo pastor. Foi este reino que ficou conhecido por Roma, e Rômulo foi o primeiro rei dessa cidade-estado.

Fontes:

LOPES, Eliana da Cunha. O mito como símbolo da fundação de Roma segundo o III livro dos Fastos de Ovídio. FGS-RJ, Rio de Janeiro.

Antiguidade Clássica. Disponível em: www.sohistoria.com.br


Por: Lúcio Nunes