segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Revolta de Beckman


Esta foi uma revolta dos proprietários rurais do Maranhão (região que compreendia os territórios atuais do Maranhão, Ceará, Piauí, Pará e Amazonas) contra a Companhia de Comércio do Maranhão que foi instalada pelo governo português.

A revolta detinha como tema central a exploração dos índios 

A população vivia em condições miseráveis sobrevivendo de agricultura de subsistência, pesca e coleta. A crise econômica havia se agravado logo após a expulsão dos holandeses da região e já não se podia arcar com os custos da importação de mão-de-obra escrava. Por hora faltaram escravos, e a solução foi forçar os índios ao trabalho, o que gerou conflitos com os jesuítas.
Após estes incidentes os Jesuítas recorreram a Coroa Portuguesa para que se cessassem a exploração do trabalho indígena. A Coroa Portuguesa acatou o pedido da Companhia de Jesus, uma vez que, essa exploração de trabalho não era rentável para a Coroa. Posteriormente, a Coroa Portuguesa resolveu criar Companhia de Comércio do Maranhão, em 1682. A intenção de criar essa companhia viria da ideia de controlar o escoamento do que era produzido na região (produção de açúcar, tabaco, cacau e exportação de couro) e abastecimento da mesma com a mão-de-obra escrava.
A companhia ao invés de resolver os problemas, aumentou o descontentamento da região:
- Os comerciantes sentiam-se prejudicados pelo monopólio imposto pela Coroa.
- Os preços propostos pelos produtos eram abaixo do esperado pelos produtores.
- A população protestava pelo preço excessivo dos produtos que lhes eram vendidos.
Manuel Beckman
A eclosão da revolta deu-se em 1684, sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman. O grande objetivo da revolta era extirpar o monopólio da Companhia de Comércio do Maranhão, fazendo com que os preços de compra e venda fossem justos para todos. O governo local foi deposto, os armazéns da Companhia do Comércio foram saqueados, os Jesuítas expulsos da região e o monopólio extinto das práticas econômicas até então.  No lugar do governo foi criada uma Junta Revolucionária na qual Tomás Beckman foi enviado como emissário à corte de Lisboa para que houvesse reconhecimento de que o movimento revolucionário e revoltoso contra a Coroa era justo, isso não ocorreu, e Tomás Beckman foi preso. A coroa portuguesa reagiu enviando um novo governador ao Maranhão de nome Gomes Freire de Andrade, à frente com os militares portugueses e não encontrou nenhuma resistência para a retomada do poder. Gomes Freire então ordenou a detenção e o julgamento dos envolvidos no movimento assim como o confisco de seus bens.
Manuel Beckman foi condenado a morte pela forca por ser o líder do movimento. Tomás Beckman foi condenado ao desterro (foi expulso de suas terras) e os demais envolvidos na Junta Revolucionária foram condenados a prisão perpétua.
A Revolta de Beckman ficou conhecida como uma revolta nativista, ou seja, uma revolta que busca defender e valorizar a cultura de uma região frente ao risco de essa ser interferida diretamente por outra cultura, ou a fatores externos que levem algum risco a soberania da cultura dessa região. Um bom exemplo de nativismo são os povos que foram colonizados por outros (como o Brasil). Esses povos em certa altura de sua História acabam por não aceitar essa colonização e reivindicam seus direitos através de motins, revoltas ou rebeliões contra os seus colonizadores.

Fontes:




http://www.brasilescola.com/upload/e/beckman%20brescola.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgl4kN-_f5rfFhd-_t_j-Mf4cmNMTa1-1thpP8-AW_aHp-7n7iAaa9IGwVUujZbHzCVL1n5jUPrIK5klevaF27jL33HN5fvNSCKD43pggjpO_V9-CUnV99o3xnnaRZafN7z092acisDSA/s1600/bec.jpg

Por: Lúcio Nunes

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