segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Aspectos Relevantes Entre o Início do Ciclo do Ouro e o Término da Guerra dos Emboabas.


O presente trabalho visa apresentar o contexto na região das minas de ouros recém-encontradas pelos bandeirantes paulistas e consequentemente a primeira revolta do período colonial nos anos que é denominada pela História Oficial como Ciclo do Ouro.  É importante salientar uma questão: Quais aspectos relevantes ocorreram entre o inicio do ciclo do ouro e o final da Guerra dos Emboabas? Julgo importante esse tema, pois, analisando-o podemos observar o motivo que levou os bandeirantes paulistas a explorar outras regiões e encontrar mais minas de ouro. Assim como conseguir entender por consequência da expansão territorial da colônia brasileira para o interior do seu território. Utilizarei como fonte de consulta alguns textos da internet.
Todo produto que obtém primazia em uma região só será substituído ou eventualmente erradicado se por ventura este mesmo não deter mais os lucros necessários para a manutenção de uma classe, de uma metrópole ou de um governo.
A cana-de-açúcar encontrava-se em decadência e a coroa portuguesa teria que buscar soluções econômicas para a crise financeira que atravessava. Visando resolver essa questão, começou um grande incentivo junto à população pela procura de metais preciosos. Começaram também as incursões dos bandeirantes paulistas no interior do Brasil para tentar atingir os objetivos traçados pela coroa. Em fins do século XVII os bandeirantes descobriram as primeiras minas no Brasil (Entre 1694 e 1696), consequentemente, por descobrirem a maioria dessas minas, os bandeirantes foram recompensados e ganharam o direito de explorar primeiro as jazidas encontradas.
Com essa descoberta a coroa encontra o que estava à procura: Uma saída econômica para a crise em que atravessava, porém, a colônia brasileira jamais seria a mesma. Houve uma explosão demográfica na colônia com a notícia de que havia ouro nessas terras. Vieram colonos de diversas regiões, além de portugueses que atravessaram o Atlântico em busca de riqueza. É necessário salientar que nos registro oficiais houve uma massiva presença de portugueses, mas, é claro que não foram apenas portugueses que vieram atrás do ouro, também franceses, holandeses, ingleses. Foi nesse contexto então que eclode o primeiro conflito do século XVIII na colônia, que ficou conhecido como “Guerra dos Emboabas”. Os bandeirantes reclamavam autonomia nas minas por estes serem os primeiros a avistá-las e pela região fazer parte da capitania de São Vicente. Já os colonos e europeus recém-chegados queriam o direito de explorá-las também visando que os Emboabas já detinham uma boa parte da população da região das minas. Os paulistas não concordavam com tal reinvindicação, já que para eles, quem não participou da procura pelas minas não deveria participar da exploração e consequentemente dos lucros. Vale lembrar que o termo “Emboaba” era utilizado de uma forma pejorativa pelos bandeirantes para com os europeus e colonos que tentavam dominar a região das minas. Em Tupi, emboaba detém múltiplos significados, entre eles citarei o de “Os que invadem e agridem” ou “Os que vêm de fora”. Essa designação veio através dos bandeirantes para com os colonos que vinham de várias regiões da colônia e para os portugueses, franceses, ingleses que vinham da Europa.
Manuel de Borba Gato, ex-bandeirante era o líder dos paulistas e Manuel Nunes Viana (português que veio da Bahia) era o líder dos Emboabas.
No começo do conflito houve confrontos esporádicos onde ocorriam mortes em pequeno número de ambos os lados, contudo, o combate foi inevitável. Ao final do ano de 1708 os Emboabas já dominavam cerca de dois terços da região das minas.
Manuel Nunes Viana organizou diversas expedições para enfrentar os bandeirantes paulistas com a intenção de enfraquecê-los.
A batalha mais sangrenta de todas foi na região de Capão da Traição onde os Emboabas mataram mais de 300 bandeirantes.
O confronto iniciou-se em 1707 e terminou em 1709 com a intervenção do governador do Rio de Janeiro Antônio de Albuquerque que tirou Manuel Nunes Viana do poder, mas, manteve a estrutura administrativa dos “emboabas”. Para a Coroa Portuguesa era muito mais interessante a manutenção de uma administração emboaba, já que estes em sua maioria eram colonos relativamente fiéis ou portugueses oriundos da metrópole. Já os bandeirantes paulistas eram vistos como rudes e poderiam com o poder político começar a reivindicar mais poder causando sérios danos a Coroa na colônia. Sem privilégios administrativos e sem poderio para a guerra, os bandeirantes paulistas retiraram-se da região. A maioria partiu para a região oeste onde posteriormente encontraram ouro nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás respectivamente.
Em vista dos pontos destacados no texto podemos observar as relevâncias do início do ciclo do ouro até o término da Guerra dos Emboabas. Quando se iniciou a corrida do ouro houve uma explosão demográfica sem precedentes na colônia, a quantidade de pessoas na região das minas e os objetivos de riqueza que todos traziam originou a ideia de exploração aurífera na região. Logo, quem detinha o controle Político e de exploração da região não queria perde-los e como consequência eclodiu o conflito dos Emboabas. Ao término da guerra podemos observar que outras regiões foram exploradas devido à derrota dos bandeirantes no conflito. Essa saída de cena foi à alternativa para os bandeirantes após a guerra. O Tratado de Tordesilhas também foi “desfeito” com essa atitude dos bandeirantes: As incursões entraram colônia a dentro indo em direção ao interior e assim os portugueses ultrapassaram as delimitações combinadas com os espanhóis.



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