O presente trabalho visa abordar a introdução
da imagem na sala de aula como ferramenta para auxiliar a compreensão do aluno
e desenvolver uma consciência histórica. Seja ela fotografia, pinturas,
gravuras, ícones ou imagem em movimento, como vídeos da internet, clipes,
trechos de filmes, jogos virtuais.
O enfoque será no ensino de história e o tema
central será a Segunda Guerra Mundial, porém, tenho que verificar o que se
implica como imagem dentro de uma sala de aula. O que poderia trazer de
informação para um aluno nas aulas de História? Como esse aluno poderia
absorver o máximo possível dessa informação contida em uma proposta de trabalho
com tais imagens? Tento responder essas questões a seguir.
Em um primeiro momento podemos observar que a
imagem é carregada de significados, seja em qual apresentação se dê
(fotografia, pinturas, etc.) ela é produzida com algum intuito e abrange de uma
maneira mais fácil, diversas faixas de idade ou escolaridade e com isso é
extremamente carregada de informações sejam elas culturais, imaginárias, ou
ainda coisas do cotidiano (por exemplo, imagens de desenho para crianças do
primeiro ano escolar auxiliam no processo pedagógico de ensino ou ainda pessoas
analfabetas podem fazer análises de imagens sem que saibam ler e escrever,
decifrar placas nas vias, como ponto de ônibus ou táxi por meras associações).
Dentro de uma sala professores caem no erro
quase que positivista de análise da imagem apenas como comprovação de um fato,
uma autenticação de verdade proferida por ele mesmo. Há também a classe de
professores que preferem uma análise simplória das imagens ou ainda como uma
mera ilustração dos conteúdos apresentados. Isso que citei em relação aos
professores para com a imagem se segue a uma série de omissões de informação, como
já foi citado utilizando em grande parte como ilustração, sem um comentário
apropriado ou implicações dela no espaço na qual ela está ou ainda no tempo ao
qual foi produzida. Também não estou fazendo uma crítica incisiva no que se diz
a respeito sobre a utilização da imagem como ilustração.
Por desmerecer as informações contidas nas
imagens creio que ainda somos considerados analfabetos visuais funcionais (digo
isso no sentido de quem recebe as imagens por não ser corretamente treinados e
instigados a captar informações diversas nas imagens, e não por quem as discute
ou as produz), e que se não começarmos a induzir nossos futuros alunos a
realizar uma leitura mais crítica, tendemos a continuar com a tecla para
ascender à luz da sapiência imagética na nossa frente desligada e com nossa
inteligência visual às escuras.
A imagem também evoca a memória em várias
frentes, seja ela através de um retorno ao passado vivenciado, a um passado
recente, ou a uma situação que nem foi vivida. Trabalhar com fotografias dentro
de uma sala de aula trará o aluno a própria história através de releituras,
seja de suas antigas fotos tiradas no primeiro ano escolar, ou mesmo fotos
tiradas com colegas no inicio do ano letivo.
É importante saber que o trabalho com imagens
se modificou bruscamente, seu armazenamento não é mais em caixas de sapatos
antigas, ou melhor, ainda é sim, porém, isso se reduz a um passado recente. A
moda agora é a utilização de uma infinidade de mídias (Mp3, Mp4, Celulares,
Pen-Drives, HD externos, CD, DVD, computadores, tablets, notebooks). A Imagem
está cada vez mais manipulada com as câmeras digitais que vem com diversas
ferramentas para correção das mesmas. A imagem está cada vez mais instantânea,
todo mundo possui a possibilidade de gravar ou fotografar algum fato
interessante no seu dia e divulgá-lo por meio da Internet para que todos possam
vê-la (seja por site de vídeos compartilhados como o You Tube ou redes sociais
como o Facebook).
Ainda assim como todas as informações que
nelas poderão conter, há certa relutância pelo meio acadêmico em reconhecer que
a imagem é tão importante quanto o documento, pois essa é carregada de
subjetividade assim como nós os seres humanos e pode deter diversas
interpretações, tais como um documento escrito, pois, a palavra escrita ou dita
também é subjetiva.
Estamos em um período no qual a tecnologia e
a internet estão cada vez mais acessíveis, tanto no uso doméstico quanto nos
bancos escolares e acadêmicos. O recurso da Internet eclipsou, por exemplo, a
utilização das bibliotecas tradicionais, mas, não tomou o lugar dela em uma
totalidade. A imagem que se tinha de livros, documentos ganhou outra conotação
quando se vê os mesmos livros e documentos pela tela de um computador (como um
livro em forma de e-book ou um documento digitalizado).
As mídias contemporâneas propiciam mudanças
na absorção dos saberes, nas ideologias, e velocidade de raciocínios dos
alunos. Ainda que a academia torça o nariz para a validação desse conhecimento
é importante reconhecer que é possível trabalhá-lo em conjunto com o
tradicional. Se olharmos pelo lado do conhecimento, ele está cada vez mais à
mão de quem o procura. Será por esse motivo que houve a proibição na
distribuição de filmes, e-books (livros digitais), e músicas pela internet?
Seria uma forma de tapar os olhos daqueles que estão atrás de conhecimento e
não só de entretenimento? Na minha visão pode até ser uma forma de tentar
desanimar quem procura uma forma mais fácil de conhecimento, porém, quem deseja
saber sobre algum assunto procurará o mesmo nas fontes tradicionais (como as
bibliotecas para os livros, locadoras para os filmes e CD para as músicas).
Fique atento! Em breve teremos a continuação (parte
2) dessa série.
Fontes das imagens:
http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/514424/mn/129627775217.jpg
http://www.futuraetiquetas.com.br/etiquetas/wpcontent/gallery/photolbel/antigas%20(1).jpg
Por Lúcio Nunes.
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