Desde
o período medieval a base ideológica para a monarquia absolutista era promovida
pela Igreja Católica. Era a Igreja que “validava” a figura do Rei como
“divina”. Se a burguesia ansiava por modificações (sejam sociais ou econômicas)
esses paradigmas deveriam ser modificados. O movimento ideológico Iluminista
serviria para substituir a validação católica e autenticar o modelo proposto
pelo Terceiro Estado (lembrando que o Terceiro Estado era composto pela alta,
média, pequena burguesia, camponeses e trabalhadores das cidades ou
Sans-culottes. Contudo, a burguesia foi à grande beneficiada na Revolução
justamente por deter um plano político e econômico para modificar a sociedade
francesa do período).
Na
Revolução Inglesa já se abria a possibilidade de governar uma sociedade sem a
figura do Rei (Republica Cromwell), inclusive, a personificação divina
encontrada no Rei caiu por terra quando os parlamentares derrotaram os
absolutistas. Posteriormente julgaram e executaram o Rei. Dessa contestação
nascia o pensamento iluminista através de John Locke, que assistiu o período da
Guerra Civil entre o Parlamento e a Monarquia. A ideologia iluminista viria ser
justamente uma crítica ao modelo social vigente. Uma crítica a Igreja (pelas
explicações míticas e validação da monarquia absolutista), ao Estado despótico
(que era considerado divino e isso justificava suas intervenções políticas e
econômicas), a sociedade (que era engessada e designada pelo nascimento). Em
contrapartida as críticas, o movimento intelectual iluminista pregava uma busca
pelo conhecimento através da ciência, uma desmistificação, um racionalismo.
Buscava também uma maior participação da sociedade frente ao Estado e pregava o
Liberalismo (Político através do voto, econômico por defender a não intervenção
do Estado na economia e social através da igualdade dos homens pelo
nascimento).
O Rei e a Bastilha |
Além
do alicerce Iluminista, outras frentes contribuíram para que a burguesia
atingisse o seu objetivo, como:
A
questão política. Havia um despotismo por parte da monarquia e o Rei era visto
como de linhagem divina. Privilégios para o Clero e Nobreza;
A
crise econômica. Más colheitas e dificuldades para a obtenção de alimentos
geraram grandes fomes para as classes mais pobres. Havia também os gastos
excessivos com a manutenção dos exércitos que lutaram na Guerra dos Sete Anos e
pela Independência dos Estados Unidos. E mais, também existiam os gastos da
corte com suas festas e manutenção dos Nobres;
Desnível
econômico e consequentemente social. Somente o Terceiro Estado sustentava a
máquina monárquica (incluindo os Nobres) e o Clero;
Aliás,
foi a partir desse desnível tributário que originou o início da Revolução
Francesa. Luís XVI viu que apenas a contribuição do Terceiro Estado não era
suficiente para conter a crise econômica, por isso, convocou a Assembléia dos
Notáveis (onde Clero e Nobreza faziam parte) com o intuito de estender as
cobranças ao Primeiro Estado (Clero) e Segundo Estado (Nobreza). Ambos
negaram-se a contribuir com a monarquia, então, a solução era o aumento da
carga tributária ao Terceiro Estado. Então Luís XVI convoca a reunião dos
Estados Gerais (reunião dos três Estados). De nada adiantaria para o Terceiro
Estado sua inclusão, pois, o Clero e a Nobreza possuíam um voto cada contra um
voto do Terceiro Estado. Sendo assim, o Primeiro e o Segundo Estado poderiam
fazer alianças para derrotar o Terceiro Estado (que representava um voto). O
Terceiro Estado exigia frente ao rei que os votos fossem contabilizados
individualmente, assim, teriam como articular alguma manobra para obterem uma
voz “ativa” na reunião. Como isso não ocorreu, em 9 de Julho de 1789 o Terceiro
Estado (com apoio do baixo Clero) proclamou a Assembléia Nacional. A Revolução
havia começado.
Logo
após a fundação da Assembléia Nacional, em 14 de Julho de 1789 a Bastilha
(símbolo do poder monárquico) é tomada pelos populares. E em tempos de
revolução a derrocada de símbolos existentes é marcante tanto para quem é
atingido quanto para quem atinge.
Fontes
da Internet:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f2/Atelier_de_Nicolas_de_Largilli%C3%A8re,_portrait_de_Voltaire,_d%C3%A9tail_(mus%C3%A9e_Carnavalet)_-002.jpg/200px-Atelier_de_Nicolas_de_Largilli%C3%A8re,_portrait_de_Voltaire,_d%C3%A9tail_(mus%C3%A9e_Carnavalet)_-002.jpg
http://forumeja.org.br/go/files/demerval%20saviani.pdf
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Michael. Revolução Burguesa e Revolução Permanente em Marx e Engels. CNRS,
Paris, p. 129 – 151.
Fonte
do documentário (You Tube):
http://www.youtube.com/watch?v=xpiAQRqVZtQ
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Thomas. The French Revolution. Produção: Partisan Pictures, History Television,
Network Productions. AGE
Television Network, 2005. Reprodução: History Channel
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GALLO,
Max. A Revolução Francesa, volume I: o povo e o rei (1774-1793) / Max Gallo;
tradução de Júlia da Rosa Simões. – Porto Alegre: L&PM, 2012, p. 158 - 159.
Por: Lúcio Nunes
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