segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Economia do Brasil no Século XIX


Representação da chegada da corte portuguesa.

Ao final do período colonial, o Brasil encontrava-se em um emaranhado de sistemas, alguns com alguma vitalidade no sentido de mobilização e outros praticamente abandonados à própria sorte. Basicamente, a balança econômica pendia para a extração do ouro e a plantação de cana-de-açúcar.
No início do século XIX, houve transformações significativas no modelo político da Europa e consequentemente afetou a colônia brasileira. Um exemplo: a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808. Com a chegada da família real, vieram os tratados, a partir de 1810 (juntamente com a abertura dos portos), que beneficiaram estrangeiros (como a Inglaterra que se tornou uma grande potência no período) e ao mesmo tempo impunha um limite ao Brasil, economicamente falando.
A mineração no início do século XIX atingiu o seu mais baixo rendimento em virtude do esgotamento das jazidas brasileiras. No Brasil, não havia desenvolvimento industrial, pois a atividade era proibida desde 1785. O comércio, antes da abertura dos portos, era restrito ao monopólio da Metrópole. A atividade de transportes dependia de péssimas estradas que encareciam os produtos.
Um dos fatores que incentivaram a vinda da Família Real ao Brasil, foi o Tratado de Fontainebleau, que estabelecia a divisão das colônias portuguesas entre França e Espanha, o que apressou a decisão de Dom João. A vinda da Família garantiu a instalação da indústria no Brasil e o acesso inglês ao mercado consumidor brasileiro, fortalecendo o comércio da colônia. Um grande número de firmas inglesas se estabeleceram no Brasil para difundir o consumo de artigos provindos da Inglaterra. A sede da família real fora instalada no Rio de Janeiro, e assim a capital passa de Salvador para o Rio de Janeiro, modificando o quadro econômico das duas cidades.
Após o período da independência (1822), o Brasil herda a dívida de Portugal e ainda paga uma indenização ao governo português, contraindo uma dívida maior. Sem uma base econômica definida, o que se conhecia como plano econômico até então era a exploração da metrópole sobre a colônia. A classe dominante pós o processo de independência seria a dos Senhores donos das terras.
Devido a altos impostos, os Senhores da terra, a classe dominante até então, entram em um conflito diplomático com a Inglaterra. Os pagamentos desses impostos gerariam um corte, uma drástica redução nos lucros dessa classe, e um imenso desafio para o governo brasileiro.
No início do século XIX a economia brasileira resumia-se em exportar basicamente produtos primários, já que não havia alternativa a altura da estrutura econômica do Estado.
Para conquistar o mercado externo e alavancar suas exportações, era necessária uma reorganização dentro do Estado e um incentivo à produção. O Açúcar era o principal produto do Brasil, juntamente com o algodão; porém, o mercado europeu estava cada vez menos atraído por esse produto. A Inglaterra possuía colônias que faziam o abastecimento desse produto, os Estados Unidos encontrava-se em franca expansão e contavam ainda com a produção cubana. Quanto ao algodão, as previsões de mercado eram piores: Os Estados Unidos possuíam um grande contingente de escravos para a produção e tarifas extremamente baixas em relação às brasileiras para a exportação. Contavam também com terras de primeira qualidade. O algodão brasileiro só volta à cena principal no mercado mundial quando ocorre a guerra da secessão.
Nos anos trinta já se pode ter uma noção do que viria a ser o principal produto de exportação brasileiro: O café.

Esse produto viria a ser o terceiro maior exportador do Brasil (atrás do Açúcar e do Algodão) e serviria como uma saída para o declínio dos produtos citados acima, tanto na questão de ocupação das terras, que eram propícias para o cultivo, quanto para a alternância e revigoramento da economia brasileira. Além das vantagens citadas, tendo a região sudeste como principal produtora, outra vantagem era a proximidade com o litoral e a facilidade de transporte (geralmente em lombo de mulas). Em um primeiro momento houve a utilização massiva do trabalho escravo na produção cafeeira e inicialmente o surgimento de uma classe de empresários que posteriormente viriam a ser um importante pilar para a manutenção da economia brasileira.
No começo do Segundo Reinado, a principal região produtora do café era a do Vale do Paraíba. Um fato importante ocorreu com o processo de solidificação do café como principal produto de exportação do Brasil: A Lei que proibia o tráfico de escravos para o Brasil (Lei Eusébio de Queirós). Essa lei foi fortemente incentivada desde a década de 1830 pela Inglaterra, porém, só foi aprovada em meados do século XIX (4 de setembro de 1850). Ainda não era uma campanha explícita do abolicionismo no país, contudo, era um aceno de que a escravidão tinha seus dias contados perante o mesmo.
Aumento demográfico na Europa e conflitos na mesma levaram a uma espécie de “fuga”, onde houve grande número de imigrantes que tomaram o rumo da América. O Brasil recebeu uma pequena parcela desse contingente, e assim pôde começar a substituir o braço escravo na lavoura por um trabalhador assalariado que recebia terra para o plantio do café, recebia a passagem do governo brasileiro para adentrar no país (Para a miscigenação da população, aumento demográfico e oportunidades de trabalho) e ainda recebia uma participação nos lucros da colheita (nem sempre de forma justa). 

Fazenda de café no interior de São Paulo.

Essas medidas adotadas pelo governo brasileiro ficaram conhecidas pelo nome de “Política de Terras”. A região sudeste era a mais próspera, sendo a província de São Paulo a mais importante do Estado (A província de São Paulo era responsável por metade das exportações de café no Brasil).
A Partir da década de 1880 o Vale do Paraíba já não produzia como antigamente, mas o Brasil continuava a expandir a produção cafeeira: havia um melhoramento nas técnicas do plantio, uma maneira de aproveitar a terra por muito mais tempo. Com o mercado do café em expansão, a economia brasileira ganhou tons complexos e com diversas mudanças. Substituição do transporte do café (antes utilizados por lombos de mulas ou bois como já foi citado) por trens (primeiras ferrovias começavam a ser construídas). Nos portos começavam a surgir navios a vapor, substituindo os barcos à vela. A circulação de mercadoria ocorria de uma maneira muito mais rápida e eficaz, com preços bem mais acessíveis. A mão-de-obra livre crescia junto com o mercado consumidor, o que possibilitou o crescimento também de indústrias principalmente na região Sudeste.  Essas indústrias produziam basicamente produtos têxteis, alimentícios, mobiliários, gráficas, vestuário, entre outros. O capital comercial e financeiro também ganhou tons de expansão com a fundação de companhias de comércio, armazéns e bancos.
Após a expansão no período monárquico, veio a Primeira República.  Aproveitando o período de progresso, o novo governo procurou manter tal situação e lançou a política que ficou conhecida como "Encilhamento". Essa política consistiu em emitir uma quantia três vezes maior de papel e dinheiro do que já circulava no país, contemplando assim as sociedades anônimas e ampliando a especulação no mercado. O objetivo dessa política era atender as demandas de créditos dos empresários, posteriormente resultou em uma inflação sem precedentes para a época e consequentemente em várias falências.

Dentro desse período verifica-se um processo de crise internacional, recessão na Europa, que atinge os Estados Unidos (Principal consumidor do café brasileiro) e posteriormente atinge o Brasil. Além das crises citadas, o Brasil passava por diversas revoltas, uma grande crise política, onde o presidente eleito Deodoro da Fonseca renunciou do cargo passando o poder para Floriano Peixoto.
Prudente de Morais assumiu a presidência em 1894 em meio ao caos. A inflação era alarmante a os conflitos entre florianistas e monarquistas ainda estavam acesos. Foi Floriano Peixoto quem assinou (Juntamente com o seu sucessor Prudente de Morais) uma moratória com credores europeus, um empréstimo de 10 milhões de libras esterlinas. O pagamento da dívida seria realizado em três anos, e a amortização em dez anos. Campos Sales adotou uma política deflacionária aumentando os impostos federais, visando a preservação da indústria e da agricultura no país. A partir de 1906 uma nova política fora adotada, mais especificamente voltada para o café, a Política de Valorização. O objetivo dessa política eram basicamente restabelecer o equilíbrio. O governo compraria todo o excedente financiado com empréstimos estrangeiros; para solucionar a longo prazo, os governos estaduais deveriam desencorajar a produção. Obviamente, não foi o que aconteceu. Se há uma enorme produção com o governo bancado, visando ganhar mais, os produtores produziam cada vez mais. O ápice da tragédia para os produtores e para o governo foi o "Crash" de 1929 onde houve a ruptura do modelo de desenvolvimento industrial baseado no capital cafeeiro.

CONCLUSÃO

 O presente texto aborda de maneira sucinta a evolução econômica, principalmente com a substituição da produção subsidiária de matérias-primas por uma produção que ganharia destaque mundial, no caso a produção cafeeira, e como a mesma contribuiu para o desenvolvimento tecnológico do país em diversos campos, como nos transportes e no campo industrial.

Referências:

COSTA, Emília Viotti Da. Da Monarquia a República: momentos decisivos. São Paulo: Editora Ciências Humanas, 1979. p. 138 - 193 (Texto 4 e 5).

MARQUESE, Rafael. O Vale do Paraíba Escravista e a Formação do Mercado Mundial do Café no século XIX. p. 339 - 383 (Texto 7).

NETO, José Miguel Arias. Primeira República: Economia Cafeeira Urbanização e Industrialização. p. - 191 - 229. (Texto 13).

VALLADARES, Eduardo Montechi. O Declínio do Império - O Advento da República. p. 334 - 368 (Texto 9).

http://estudosdiplomaticos.blogspot.com/2009/08/economia-brasileira-no-seculo-xix-1.html

http://www.renovatus.com.br/wp-content/uploads/2011/11/baner-cafe.jpg

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Por: Lúcio Nunes

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Como seria a vida na Terra se não houvesse gravidade?

Senhoras e senhores como seria a vida na Terra sem a gravidade? Certamente esse dia não seria nada fácil.  Primeiramente a gravidade é o que nos prende ao chão. Do contrário os carros, as pessoas, os móveis, animais, tudo que existe na Terra “escaparia” para o Espaço.
Além do problema das perdas materiais, dois fatores seriam vitais para que a vida na Terra deixasse de existir: As águas dos mares e dos oceanos não iriam ficar presas a terra tão pouco existiria a atmosfera no nosso Planeta.
Para clarear um pouco mais a explicação, imagine a Lua, ela é como um planeta sem gravidade. Por isso, ela não detém atmosfera, nem rios ou mares e o principal: a vida.

Fontes Consultadas:

http://ciencia.hsw.uol.com.br/sem-gravidade.htm

Por: Lúcio Nunes