domingo, 11 de maio de 2014

Os Primeiros Habitantes da América

É válido explicar que o território que hoje conhecemos por Brasil foi descoberto em 22 de Abril de 1500, por Pedro Álvares Cabral, um nobre português? Isso é realmente verdade? Para a História oficial sim, mas, vamos procurar entender um pouco o que se passava nessas terras antes da chegada de Cabral e sua frota marítima. Podemos pensar o território descoberto (o que entendemos hoje por Brasil, no caso) de duas formas: O Brasil que existia antes da chegada dos europeus e o Brasil que passou a existir depois de sua chegada.

Observe as possíveis rotas de chegada do homem a América (1 - Estreito de Bering e 2 - Teoria Transoceânica)


Já havia diversas tribos indígenas nessas terras bem antes de 1500, aliás, quanto à chegada do homem a América, há duas teorias que são bem debatidas entre os cientistas: a do Estreito de Bering e a teoria Transoceânica. A Teoria do Estreito de Bering é a mais aceita entre a comunidade científica e deduz que o homem chegou ao continente americano entre 40 mil e 50 mil anos antes do presente, ou seja, já existiam pessoas morando na América há pelo menos 38 mil anos antes da chegada de Colombo (que ocorreu em 1492). O Estreito de Bering seria uma espécie de ponte que ligava o continente asiático ao continente americano durante a época das glaciações.
A Teoria Transoceânica defende que o homem chegou a América a cerca de 10 mil anos. Se levarmos em conta que essa teoria possa estar certa, observamos que já existiam habitantes nos territórios americanos 8 mil anos antes da chegada do navegador Genovês já citado.  Segundo a Teoria Transoceânica, habitantes da Polinésia (atual Oceania) se locomoveram em pequenos barcos até a América. Resumindo, os primeiros habitantes da América deram origem aos nativos indígenas que se encontravam no atual território brasileiro (e no restante do continente) na época da descoberta portuguesa.
Entre os primeiros moradores da nossa terra brasileira encontravam-se:
O Brasil possuí diversos sítios arqueológicos e é neles em que os estudiosos buscam vestígios para procurar comprovar ou anular teorias como as citadas no texto.
Observe os exemplos de “achados arqueológicos” que podem confrontar as teorias discutidas:

a)    São Raimundo Nonato (PI) – A arqueóloga Niède Guidon afirma ter encontra vestígios de fogueiras primitivas que teriam sido acessas acerca de 48 mil anos antes do presente.


Vestígios encontrados em São Raimundo Nonato

b)     Lagoa Santa (MG) – Foi encontrado o fóssil mais antigo do continente americano: O crânio de uma mulher com data de 11.500 anos antes do presente. O fóssil recebeu o nome de Luzia e tinha características de habitantes da região da Oceania.



A datação dessas pesquisas geralmente é medida através do Carbono 14 (o elemento carbono 14 está presente em todos os organismos vivos que pode ser analisado mesmo após o término de sua vida). Outra forma de análise dos vestígios é o DNA (Mapeamento genético). O Urano-Tório também serve para a datação dos vestígios encontrados (é analisado como o carbono 14, porém, os elementos estudados são: o URANO 238 e o TÓRIO 230).

Algumas características dos primeiros habitantes do continente

Eram Nômades (Moravam em diferentes locais ao longo da vida);
Caçadores, Pescadores, Coletores (de frutos);
Já dominavam o fogo;
Faziam Recipientes de cerâmica para armazenar alimentos;
Possuíam artefatos de pedra e utilizavam ossos e conchas para a fabricação de utensílios (Como anzóis para a pesca ou mesmo ponta de ossos como objeto cortante para abrir a pele de animais);
Viviam em abrigos (Cavernas) ou dormiam nas florestas e praias (ao relento);
Não possuíam escritas (ou seja, utilizavam representações conhecidas como Pinturas Rupestres);
Dentre os itens citados é possível investigar e tentar verificar como viviam os nativos, os locais em que ocorrem essas investigações são chamados de sítios arqueológicos.
 Com o desenvolvimento da agricultura (Por volta de 6.000 anos antes do presente) houve um aumento populacional e consequentemente o homem pré-histórico brasileiro começou a se tornar sedentário.
Temos que entender que a pré-história é tão importante quanto a História, pois, ela procura contar e entender como viviam os homens antes mesmo da sua organização social (seja ela escrita, por representação de imagens, agrícola ou política) através dos vestígios deixados por esses grupos humanos.

Fontes:






Por: Lúcio Nunes